Decoração da casa Brasileira em Coisa Mais Linda

Nesse post vou reparar na decoração da casa brasileira no seriado brasileiro COISA MAIS LINDA que saiu agora nessa última sexta dia 19/06/2020 a segunda temporada no Netflix – que inclusive eu já maratonei no próprio dia 19 e terminei e super indico.

Então se você ainda não assistiu pode ser que contenha spoiler do cenário.

O seriado se passa no Rio de Janeiro no final dos anos 50, mais precisamente a primeira temporada em 1959 onde o RJ ainda era a capital do Brasil e a segunda temporada em 1960, pegando essa transição de Capital.

No próprio seriado a gente consegue ver, como na casa da Tereza e do Nelson (Mel Lisboa e Alexandre Cioletti) na primeira temporada ou na casa da Malu nessa segunda temporada, que quem tinha acesso a esse tipo de moveis tinha um poder aquisitivo maior.

A Malu, personagem principal interpretada pela Maria Casadevall, tem por volta dos seus 30 anos.

Não adianta você dizer para gente “não repara na minha casa” porque é muito inevitável.

E isso serve também para qualquer coisa até como os cenários dos filmes e seriados.

Inspirada nisso, começo hoje um quadro complementar ao meu quadro do YouTube o Reparando em Todo Canto: um react dos cenários dos filmes,  seriados e o que mais me der na telha.

Uma época de ascensão do RJ, realmente a época de ouro e o seriado em si traz muito disso e em questão de arquitetura e design isso fica bem claro. Na questão histórica, nessa mesma época estava acontecendo o movimentos de arte modernista, que também tem seu viés na arquitetura e design.

Essa info é importante porque eu dividi o seriado em 3 tipos de morar que me chamaram atenção:

  1. Os lares mais clássicos com poder aquisitivo alto – do pessoal mais velho ou mais tradicional.
  2. Os lares modernos com poder aquisitivo também algo – dos usuários jovens
  3. Os lares mais simples – usuários de poder aquisitivo baixo.

Morar 01: Elite tradicional

Nesse cenário que to chamando de 01 você pode reparar que o estilo clássico ainda está super em alta, a gente vê isso na quantidade móveis rebuscados e sinuosos, boiseries nas paredes e lustres imponentes nos espaços e muito tapete.

Diz muito até hoje sobre a elite tradicional, que gosta de móveis como se fosse de castelo, sabe?

Morar 02: Modernista

Nessa segunda classificação que eu fiz, que são os lares mais modernos – mas também das pessoas com condições financeiras estáveis- num geral com seu publico mais jovem, vem com tudo o estilo Modernista que eu comentei no começo do vídeo- esse movimento modernista tinha a ideia de que a industrialização e a produção em massa deixaria este tipo de mobiliário acessível, porém não foi o que realmente aconteceu.

No proprio seriado a gente consegue ver, como na casa da Tereza e do Nelson (Mel Lisboa e Alexandre Cioletti) na primeira temporada ou na casa da Malu nessa segunda temporada, que quem tinha acesso a esse tipo de moveis tinha um poder aquisitivo maior.

O pessoal que desenvolveu esse estudo de época para a cenografia desse seriado realmente investiu em peso em todos os moveis modernista da época que também conhecemos como os ícones do design.

Essas peças, por serem ícones sempre são vistas nos projetos por aí, nunca deixam de sair da moda e o valor não é tão acessível assim…  

Os tons vibrantes estão em todos os lugares, os móveis cheios de madeira e palhinha também e como eu disse, os ícones do design em todos os lugares.

Aparece desde a mesa Tulipa (Eero Saarinen – 1957) até a poltrona Costela (Martin Eisler, 1956) e também peças do maior designer de mobiliário brasileiro Sergio Rodrigues.

Morar 03: Simplicidade

O terceiro tipo de cenário que dividi aqui é pra falar da arquitetura e design da parte que não a  elite carioca. Logo que a Malu chega no RJ la na primeira temporada ela vai para um apartamento bem abaixo do seu padrão de vida e a gente já nota essa diferença nos moveis com pés palito e formas mais geométricas, bem anos 50 mesmo, bem no estilo retro.

Podemos reparar isso também na reforma do clube COISA MAIS LINDA onde a verba era quase nula. Temos bastante cimento queimado no piso mesclando com ladrilho hidráulico. Na composição de cores o verde está sempre presente. A iluminação bem pouca e com arandelas e ainda uma herança do estilo clássico com os boiseries.

Lá nas casas do morro também a gente vê muito no piso o cimento queimado, porém aquele vermelho, sabe? E as bancadas da cozinha em concreto, cortinas no lugar dos gabinetes da pia e moveis mais sequinhos ou até mesmo a pintura de meia parede.

E para finalizar aqui outra COISA MAIS LINDA desse seriado – eu não podia perder a piada né – que algumas cenas dessa segunda temporada é dentro de um dos ícones da arquitetura do RJ, dentro do hotel Copacabana Palace. Em minhas buscas e estudos deparei que os quartos hoje (pois é um local tombado) são totalmente tradicionais e ainda seguem o estilo da elite brasileira da época.

O mais legal de analisar esse cenário inspirado nos anos 50 e 60 são as lembranças e que contam sobre nosso morar hoje, a gente sempre traz essas histórias para atualidade né? Se você for pensar bem, a personagem da Malu, por exemplo, hoje teria a mesma idade ou similar da minha avó, que hoje tem seus 89 anos, e eu consigo enxergar muito sobre esse estilo de morar nela.

Afinal, você já viu por aí a quantidade de cimento queimado que se tem usado nas casas de hoje, os móveis que sempre estão em ascensão, como a mesa Tulipa, a pintura de meia parede…. Tudo que usamos hoje são releituras do que já existiu no passado.

Se você gosta de saber mais sobre estilos de decoração e termos da área me segue lá no instagram @designemtodocanto que por lá eu falo mais sobre isso

E se você gostou desse tipo de conteúdo comenta aqui embaixo, aproveita também e compartilhar com alguém que ama essa série e o estilo de morar brasileiro tanto quanto eu!

E ah, qual a próxima análise de casa de séries você gostaria de ver por aqui?

Um super beijo,

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